O poder da palavra e o poder do poder
por Humberto Borges
Porque insistimos tanto em falar no processo eleitoral para a presidência dos EUA uma vez que, como é sabido o foco principal da nossa intervenção é a luta pela sobrevivência da democracia e a resistência ao que atualmente constitui o fenómeno que mais a ameaça: O populismo de extrema direita, em Portugal ou no palco internacional.
Porém, estamos a viver momentos históricos em que, localmente a política se torna cada vez menos importante, focando-se em assuntos paroquiais como se nada mais acontecesse. Por outro lado, no mundo, estão em pleno desenvolvimento mudanças profundas na ordem internacional que terão tanta influência no curso da história peso na História como o tiveram momentos como o desfecho da 2ª grande guerra. Essas mudanças terão implicações a todos os níveis, inclusivamente na nossa vida quotidiana.
A política em Portugal
Deixemos de lado o crónico desinteresse nacional pelas verdadeiras questões, como a eminente erupção da Inteligência Artificial e as imensas oportunidades que com ela surgirão, ou os enormes problemas que criará, as alterações em curso no sistema financeiro mundial com o surgimento dos BRICS e seus planos para eliminara prevalência do Dólar dos USA, do sistema de pagamentos mundial, etc,
No nosso país o hábito estabelecido consiste em ignorar as realidades até que elas, com o proverbial atraso, nos entrem pela porta dentro, e então, concentramos os nossos esforços em encontrar culpados das desgraças que quisemos ignorar. Soluções é que não. Pelo menos na política. Já lá no café do meu bairro está tudo solucionado: “Se fosse eu a mandar fazia assim, ou assado...e ficava resolvido).
Em vez disso dedicamo-nos a procurar culpados... Eles tanto são os governantes de serviço na altura, os espanhóis, o vizinho do lado, o merceeiro. Tudo e todos menos assumirmos as responsabilidades próprias, o comodismo a negligência e indigência intelectual que nos vai caracterizando.
Eis uma caracterização dos portugueses, porventura injusta e que poderá causar alguma estranheza. Os cidadãos estão habituados a ser bajulados e exaltados em qualidades que na verdade não têm, por políticos, instituições e uma comunicação social que perdeu o rumo e parece esquecida da razão porque é que a liberdade de informação é sagrada em democracia.
Mas que dizer de uma nação “educada” pelos escândalos diários, reais, inventados ou sugeridos pela imprensa tabloide (a única que resiste) e por reality shows?
Que dizer dos media que parecem apenas querer provocar e gerir emoções fortes no seu público em vez de o informar de forma a que possa estar suficientemente equipado para tomar decisões e resistir a manipulações?
Apesar de ser amante de futebol, nunca deixo de me espantar com um país que só parece ter espaço para três jornais de espetáculos desportivos e um tabloide com a sua dose diária de facadas, acidentes escândalos e outras desgraças.
Poder-se-á dizer que não é bem assim!! Existem mais jornais! Não, não existem! Sobrevivem apenas. A sua expressão e influência, só pode ser comparada com sua tiragem: reduzida.
Em Portugal os partidos parecem não ter ideologias nem mesmo o mais antigo de entre eles. No centro político, um dos partidos sempre foi algo indefinido navegando entre a social-democracia e o liberalismo no outro o pragmatismo resultante de longos períodos de governação parece esquecer, ser social-democrata com mais frequência do que seria desejável. Outros defendem tantas e tão várias causas identitárias que acabam por perder de vista a sua própria identidade. O Cúmulo é o Partido do Dr. Ventura. Esse então não tem política nenhuma. Promete tudo a todos, desde dinheiro a vingança contra a “esquerdalha” e os “malefícios” do 25 de Abril, resolve toda as injustiças, mesmo algumas que não existem e outras que vêm do tempo e Viriato, ataca e critica tudo e todos prometendo este mundo e o outro particularmente aquilo que sabe nunca irá cumprir. Pelo caminho vai revogando sucessivas decisões irrevogáveis com a veemência do mais extremado amante da virtude da coerência.
É particularmente hábil ao surfar toda e qualquer as onda que lhe possam trazer vantagens. Seja os incêndios, seja as CPI das gémeas, seja os ciganos, os emigrantes a pedofilia etc. Assim haja um escândalo e lá estão eles a propor punições e danações de dimensões bíblicas: Prisão perpétuas, castração química, equiparação a terrorismo e expulsões.Note-se, porém, que o Dr. Ventura não apresenta qualquer proposta de organização da sociedade. Nada que nos diga como quer que vivamos no futuro, nenhuma visão do que seria o país sob o seu mando. Limita-se a incentivar divisões entre os portugueses, a incentivar o ódio entre e contra alguns grupos sociais ou políticos a criar inimigos imaginários que justifiquem que proponha políticas extremas. Nada que sugira que queira construir alguma coisa, tudo o que leve à destruição de alguma coisa.
Neste ambiente que se passa na política portuguesa?
Discute-se se o IRC deve ser 1% mais alto ou mais baixo. Se o IRS jovem é para todos os jovens ou só para alguns e, se todos os jovens são iguais ou há uns mais iguais do que outros. O PS afirma que o PSD negoceia com o Chega e o Chega acusa o PSD de negociar com o PS. O Livre diz que isto não é bem negociar, o Bloco de Esquerda que não negoceia orçamentos de direita e o PCP diz que é dos patrões e dos monopólios e que negociar nem pensar! Uns dizem que os outros são mentirosos e os outros, que os mentirosos são eles, etc.
Entretanto, o julgamento do Eng.º Sócrates não está para amanhã e o Dr. Salgado já não é o DDT. Está esquecido! O Ministério Público continua intrigado sem saber como a imprensa tabloide sabe quase tanto sobre os seus processos, como o que sabem os procuradores, o Prof. Marcelo melhorou substancialmente a técnica das suas selfies e a está, aparentemente menos dissolutivo.
A estratégia que o Prof. Cavaco sugeriu e o governo acolheu, no sentido de provocar a sua própria queda e forçar eleições antecipadas saiu gorada, dado que as sondagens indicam que o resultado de eventuais novas eleições deixaria tudo mais ou menos na mesma. Isto é: o país continuaria ingovernável. Coisa esta que pode desculpar-se. Porque uma vez mais, a culpa é alheia pois o atual governo recebeu uma pesada herança. O anterior também. E o anterior ao anterior recebeu outra ainda mais pesada e assim sucessivamente, “ad nauseam”.
Todos estão inocentes e o Chega, que não é dado a minudências, espreita por todas as brechas e, numa postura ora virginal ora colericamente justiceira...indigna-se e grita VERGONHA.
Parece então que não há muito mais! Mas há! Nós é que não queremos saber e quando queremos, há dificuldade em distinguir que informação é ou não é manipulada.
Em resumo, ninguém aparenta saber o que fazer para regressar à glória do tempo das caravelas, uma ambição íntima e inconfessada de um grande número de portugueses, portuguesas e correlativos.
Mas consolem-se. Não é um problema desta geração de políticos. Estarei talvez errado, mas a meu ver andamos assim desde o fim do reinado de D. João II vão lá cinco séculos.
O Ministério Público continua intrigado sem saber como a imprensa tabloide sabe quase tanto sobre os seus processos, como o que sabem os procuradores, o Prof. Marcelo melhorou substancialmente a técnica das suas selfies e a está, aparentemente menos dissolutivo.
A estratégia que o Prof. Cavaco sugeriu e o governo acolheu, no sentido de provocar a sua própria queda e forçar eleições antecipadas saiu gorada, dado que as sondagens indicam que o resultado de eventuais novas eleições deixaria tudo mais ou menos na mesma. Isto é: o país continuaria ingovernável. Coisa esta que pode desculpar-se. Porque uma vez mais, a culpa é alheia pois o atual governo recebeu uma pesada herança. O anterior também. E o anterior ao anterior recebeu outra ainda mais pesada e assim sucessivamente, “ad nauseam”.
Todos estão inocentes e o Chega, que não é dado a minudências, espreita por todas as brechas e, numa postura ora virginal ora colericamente justiceira...indigna-se e grita VERGONHA.
Parece então que não há muito mais! Mas há! Nós é que não queremos saber e quando queremos, há dificuldade em distinguir que informação é ou não é manipulada.
Em resumo, ninguém aparenta saber o que fazer para regressar à glória e o ESPLENDOR do tempo das caravelas, uma ambição intima e inconfessada de um grande número de portugueses, portuguesas e correlativos.
Mas consolem-se. Não é um problema desta geração de políticos. Estarei talvez errado, mas a meu ver andamos assim desde o fim do reinado de D. João II vão lá cinco séculos.
E a política nos Estados Unidos?
Os EUA são um país jovem com pouco mais de 200 anos, são mais dados a coisas práticas do que às subtilezas das políticas europeias. A sua génese, de colónia à federação de Estados por meio de uma guerra contra o maior poder militar da época, obrigou-os não só a formar o seu próprio exército regular, mas a recorrer à utilização de milícias populares.
Desde logo entenderam que para manter e defender o novo regime e a sua independência recém adquirida, necessitariam de possuir umas forças armadas fortes. Essa força armada e o acolhimento de emigrantes vindos de todos os cantos do mundo, vieram enriquecer o pais com a sua criatividade e iniciativa, e a isso se deve a posição destacada e a enorme influência que o país exerce no concerto (ou desconcerto) das nações.
Apesar disso aos olhos do europeu a política americana é uma confusão:
A maioria dos votos populares não é garante de vitória eleitoral nas eleições presidenciais.
O país é uma federação de 52 Estados que possuem um assinalável grau de independência face ao poder federal central.
Um governo Central (Federal) que exerce o poder ao nível nacional investido de competências de aplicação geral e de outras desigualmente aplicadas conforme o Estado a que nos reportarmos.
O poder legislativo central dividido por duas câmaras: O Congresso e a Câmara dos representantes.
Cada Estado replicando essa estrutura com grande capacidade de legislar autonomamente em temas não explicitamente reservados ao governo federal.
O Sistema partidário é historicamente dominado por dois partidos que no seu interior federam quase todas as tendências políticas presentes na sociedade. Tradicionalmente o Partido Democrático abrange um espectro político que vai do centro ao centro-esquerda e à esquerda, e o Partido Republicano do centro à direita conservadora. Em tempos recentes o "trumpismo" controlou o partido republicano, resultando daí um acentuado radicalização da sociedade e acrescentando um elevado nível de incerteza no interior do próprio sistema.
Apesar desta complexidade, os EUA são uma democracia. E uma democracia armada. Após a segunda grande EUA e URSS partilharam poder e influência a nível mundial. Foi o período da “guerra fria”. Após o fim da guerra fria e a dissolução da URSS, os EUA transformaram-se no poder dominante no mundo. E ainda o são.
Apesar dessa liderança estar a ser fortemente posta em causa, pela ambição imperial russa pela progressiva “grande marcha” chinesa rumo à liderança mundial e outros desafios., bem como o apresentado pela sua própria instabilidade interna da qual pode resultar a eleição para Presidente de um personagem de difícil qualificação e ao qual se deve a intensificação dessa instabilidade, depois utilizada como arma política.
Corre-se de facto o risco de que aquela que ainda é a maior potência militar do mundo, o maior poder destruidor que a humanidade jamais conheceu e o maior poderio económico global, ficar sob o comando e controle deste homem.
Tudo parece indicar que, nas próximas décadas a China será a grande potência mundial, enquanto o poder e influência dos EUA se irá deteriorando. Aconteceu com todos os regimes e Impérios da História.
Mas enquanto tal não se verifica os Estados Unidos da América sustentam uma ordem mundial e um “ecossistema político” em cujo âmbito subsistem as democracias europeias, incluindo a nossa.
Mas a importância da política americana é esta: Nos EUA, os eleitores americanos votarão certamente preocupados com os temas que afetam as suas vidas diárias. É assim em democracia. Poderão ignorar ou não ter interesse na política mundial, mas é indesmentível que o que ali se passa produz efeitos em todo o mundo.
O Crash da Bolsa de Nova York em 1930, gerou uma crise financeira e social que se propagou ao resto do mundo, originando, por exemplo na Europa, uma crise financeira e económica e social com o seu cortejo inflação fome, miséria e desemprego que esteve na origem do Fascismo, do Nazismo e da Segunda Grande Guerra que ceifou entre 70 a 85 milhões de vidas.
Francis Fukuyama do “Fim da História”, segundo a qual com o fim da guerra fria o sistema democrático de governo se tornaria universal e que, entre democracias, reinaria a eterna concórdia. Daí resultou a completa vulnerabilidade da Europa face a ameaças externas e a entrega aos EUA das responsabilidades de dissuasão e defesa do continente aos EUA.
O Poder da Palavra
É frequente classificarem a Europa como um gigante Económico e um anão político.
Embora mantenha alguma influência política e diplomática no mundo, isso deve-se à dimensão da sua economia e ao passado imperial/colonial
do qual sobreviveram alguns laços económicos e linguísticos quando são de interesse mútuo. Os laços linguísticos, particularmente com o inglês resulta do facto
desta língua se ter tornado no moderno Esperanto. Já no caso do português está mais relacionado com a necessidade de as ex-colónias garantirem, através de uma língua comum, uma unidade em territórios com muitos dialetos locais.
Porém, esse é um “soft power”, um pouco à semelhança do propalado “magistério de influência” atribuído aos nossos presidentes e normalmente exercido em conversas discretas e chamadas telefónicas fora de horas.
O “soft power” não funciona sem a sua aceitação pelo destinatário. Se este não estiver de acordo e não existir “hard power” o alvo das diligências diplomáticas comerciais ou outras, só é convencido se quiser ser convencido ou se nisso tiver conveniência ou puder obter vantagem.
Este poder, em conjunto com a liberdade de expressão a imprensa independente e não censurada e outras liberdades civis representará o PODER DA PALAVRA.
O poder da palavra é adequado à realização de negócios e estabelecimento de laços comerciais e culturais. À abertura de vias de comunicação entre antagonistas, mas não é suficiente para assegurar as nossas liberdades e muito menos capaz de as defender se ameaçadas.
Para isso é necessário “hard Power”
O Poder do poder
E hard power é o que se encontra de sobejo nas potências mundiais estabelecidas e crescentemente nas emergentes. Ele é indispensável para permitir o exercício consequente de qualquer outro poder, nomeadamente o da palavra.
Se a Europa pode dispensar ajuda técnica e financeira e oferecer a acesso ao seu mercado, projetando algum poder por essa via, já o papel de protagonista em grandes decisões do mundo moderno, está-lhe vedada. Por isso… um anão político!
Tal circunstância decorre do facto não só de não lhe ser possível pressionar ou persuadir terceiros ao não conseguir projetar poder militar próprio significativo, ou meramente suficiente para a sua própria defesa. O que tem advém-lhe fundamentalmente do facto de quase todos os países europeus estarem integrados na NATO. Ou seja, encontrarem-se aliados aos Estados Unidos da América
Se no mundo ocidental o “poder do poder” protege o poder da palavra, nas autocracias o “poder do poder” torna residual ou elimina o poder da palavra.
Uma decorrência dessa realidade consiste no facto de que no ocidente, no exercício da liberdade de expressão, chovam críticas às instituições democráticas,
políticos, denúncias de injustiças etc. Curiosamente a opinião pública europeia parece não dar a mesma importância a factos muito mais dignos de crítica repúdio e condenação que ocorrem nos países de regime autocrático.
A Razão é simples. Não maioria dos casos, não se sabe o que lá se passa, e se se sabe só tardia, e modo deturpado. Não havendo factos conhecidos, eles não
podem ser criticados.
Nesses países o poder do poder eliminou ou limitou ao mínimo o poder da palavra.
Nos dizeres do longínquo Mao-Zedong “O poder está na ponta da espingarda”. É uma evidência que é escusado negar. Vem nos livros!
E quem neste momento empunha a espingarda no ocidente é a NATO, mas são os Estados Unidos que controlam o gatilho e fornecem a Bala.
Não é por se terem tornado repentinamente belicistas que países como a Suécia de longuíssima tradição de neutralidade, se apressou a aderir à NATO.
Foi por reconhecer que só por si, não lhe era possível garantir a segurança do seu povo e território.
De volta aos EUA
Regressemos agora à política americana! Neste momento decorre uma campanha eleitoral para a eleição do presidente dos Estados Unidos da América.
O republicano Donald Trump procura ser eleito pela segunda vez e a ele se opõe a democrata Kamala Harris.
Nada se pode garantir dado que as sondagens indicam um empate técnico entre os dois candidatos. Embora com ligeira vantagem no voto popular
Kamala Harris pode perder as eleições dado que o presidente não é diretamente eleito pelo voto popular, mas por um colégio eleitoral constituído por delegados dos diversos Estados.
Há várias situações em que tal aconteceu. Desde logo relembro que Quando Trump foi eleito, Clinton ganhou o voto popular. O mesmo aconteceu com a eleição de Georgr W. Bush que foi eleito embora All Gore ter sido o preferido pelo voto do povo e outros casos semelhantes terão ocorrido anteriormente.
Não vamos sobrecarregar o leitor com as possíveis consequências da eleição de Trump tanto mais que já expusemos os nossos pontos de vista em artigos anteriores como o “anti-trump” e 0”13 de julho de 2024” data do “atentado” nº 1 contra Trump.
O que podemos garantir é que a sua possível eleição produzirá efeitos nefastos, alguns tão imprevisíveis como o é o personagem, e outros possíveis de antecipar dado o que conhecemos das idiossincrasias de Trump, suas políticas e de declarações públicas que tem vindo a fazer.
Algumas das decisões anunciadas afetarão direta ou indiretamente o nosso quotidiano, particularmente na Europa e talvez com mais intensidade entre nós dada a posição periférica do nosso pais.
Não nos devemos deixar levar pela ilusão de que tudo se passará longe da vista e longe da nossa carteira. Isso não acontecerá.
Ao encarar a NATO numa ótica de negócio e ameaçando mesmo retirar proteção a países membros a generalidade dos países europeus
estão a aumentar gradual, mas consistentemente os seus custos com a defesa. Isso desviará recursos de outras áreas drenando fundos de outras áreas
como a das prestações sociais.
Ao retomar uma política de protecionismo e supre taxação de importações provocará possíveis disrupções nas cadeias logísticas mundiais levando à uma falta de produtos e aumento de preços
Se há algo a que mundo financeiro abomina é a incerteza e a imprevisibilidade e de ambas Trump providencia em abundância. É provável que após uma primeira reação positiva dada a baixa de impostos sobre os mais ricos, a sua liderança errática venha a provocar uma crise de confiança geradora de nova crise financeira.
Muitos dizem que quando a América se constipa a Europa apanha febre alta e pequenos países como as nossas pneumonias fatais.
Isto é particularmente verdadeiro no setor financeiro. Não nos esqueçamos do já referido crash da bolsa de Nova York
O mundo será menos seguro, mais caótico e tudo isso se refletirá na nossa carteira e estilo de vida.
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Concluindo
O estado do mundo aconselha a que a Europa tome a sua defesa nas suas próprias mãos, afim de poder dispor de poder-poder que proteja o poder da palavra.
Isso deverá ocorrer mais ou menos rapidamente, dependendo de como vier a evoluir o mundo nos próximos anos e do que se venha a acontecer nos Estados Unidos.
Seja como for é necessário planear a diminuição da dependência americana na área da defesa, mas não só.
As alianças com os EUA estão sempre sujeitas a várias contingências que os tornam um aliado pouco fiável a prazo. O general De Gaulle nunca confiou neles e certamente que Vietnamitas do Sul, Afegãos, Curdos e até Iraquianos se sentiram abandonados, (porque o foram), quando as coisas se começaram a tornar demasiado difíceis. E mais prosaicamente porque a defesa europeia é assunto demasiado sério para ser condicionada pelos ciclos eleitorais americanos.
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