Trump after Trump
e
A Bola de Cristal
por: Simon Ben-David
É Natal!
Não é altura de falarmos dos horrores da guerra nem dos ditadores que povoam este mundo. Respeitemos a quadra e a paz de espírito dos nossos leitores. Mas a nossa missão é lutar pela democracia. Por isso, vamos alimentar a grande ansiedade de todos: O que vai acontecer quando Trump tomar posse em 20 de janeiro? A tarefa é extensa e complexa, o que nos levou a socorrer da nossa BOLA DE CRISTAL, ou seja, vamos especular. Para sermos claros e concretos este texto é apenas pura especulação que oferecemos aos nossos leitores como prenda de Natal. Aleluia!
Make Christmas great again
O Regresso de Trump:
O Que Esperar de 20 de janeiro de 2025?
Donald Trump está de volta. A partir de 20 de janeiro de 2025, o mundo terá de lidar novamente com o imprevisível líder que marcou a política global com a sua postura explosiva, decisões controversas e, claro, o seu famoso uso do X. Enquanto os analistas, comentadores e até os seus aliados políticos tentam decifrar os planos do novo mandato de Trump, decidimos juntar-nos aos mágicos adivinhos.
Abrimos a nossa bola de cristal – um pouco mais empoeirada, admitimos, para tentar vislumbrar o que Trump 2.0 poderá trazer. Será que teremos uma repetição das políticas que marcaram Trump 1.0 no seu primeiro mandato, como as guerras comerciais e "America First"? Ou estará ele a preparar um espetáculo completamente novo, com surpresas ainda mais imprevisíveis?
Num exercício de futurologia com um toque de magia, aventuramo-nos a imaginar como será este regresso à Casa Branca e quais serão as diferenças entre Trump 1.0 e Trump 2.0. Afinal, se há algo certo, é que ninguém está realmente preparado para o que aí vem.
Por Que Trump Precisa Mudar
O mundo de 2025 não é o de 2017. Nada é mais óbvio, nada mais simples. Os desafios globais tornaram-se mais complexos, e as divisões internas nos Estados Unidos aprofundaram-se. Se Trump insistir no mesmo estilo divisivo e errático, estará a abrir caminho para um legado marcado pelo fracasso, pelo isolamento internacional e pela erosão da democracia.
Por outro lado, se Trump usar esta segunda oportunidade para unir o país, respeitar as instituições e enfrentar os desafios globais com seriedade, ele poderá reescrever a narrativa da sua presidência e surpreender até os seus mais críticos. A escolha é dele — mas as consequências serão de todos.
Trump Resiste ou é Afastado?
A questão inicial que Trump tem de decidir é se quer resistir, ou ser eliminado ou afastado do poder no segundo mandato. Trump talvez não compreenda que o valor dele para os republicanos diminuiu drasticamente depois da última eleição, pois o trabalho que tinha que fazer está feito: conseguir a maioria nas duas câmaras e a presidência dos EUA e sobretudo a vice-presidência. O homem que o pode substituir em caso de necessidade está eleito e tomará posse. A sua permanência até ao fim do mandato dependerá de vários fatores, incluindo a sua capacidade de consolidar o apoio político, a resistência institucional e social ao seu governo, e dos eventos que possam ocorrer durante o seu mandato. Se nada disso acontecer Trump tornar-se-á um empecilho e será afastado pelos seus próprios correligionários. Rapidamente ele se aperceberá disto. Seguem-se as situações mais prováveis:
1. Trump Resiste e Consolida o Poder
Base de Apoio Sólida: Trump tem um núcleo leal de apoiantes que representam uma parte significativa do eleitorado. Esse apoio pode protegê-lo de tentativas de afastamento, especialmente se o Partido Republicano continuar alinhado com a sua visão.
Controlo das Instituições: Ao preencher cargos-chave com aliados leais e nomear juízes conservadores, Trump pode neutralizar os mecanismos de supervisão, como as investigações judiciais.
Política de Força: Se conseguir dominar o discurso público, desacreditar adversários e mobilizar a sua base, Trump poderá sobreviver a crises políticas e manter-se no poder até ao fim do mandato.
2. Trump É Afastado por Impeachment ou Pressão Política
Escândalos e Investigações: Trump enfrenta múltiplas investigações e processos legais. Se novos escândalos surgirem, podem ser usados como base para um impeachment. No entanto, seria necessário apoio significativo de republicanos no Congresso, o que parece improvável enquanto ele mantiver a lealdade da sua base.
Divisão no Partido Republicano: Se o trumpismo começar a enfraquecer e figuras republicanas mais tradicionais se insurgirem contra ele, poderá enfrentar uma pressão interna significativa para renunciar.
Protestos Massivos: Uma oposição organizada e persistente da sociedade civil, combinada com apoio internacional, pode criar um ambiente insustentável para o governo de Trump.
3. Trump É Eliminado pela Justiça ou Saúde
Intervenção Judicial: Apesar de ser presidente, Trump não está imune a processos legais em certos casos. Acusações graves de crimes cometidos antes ou durante o seu segundo mandato podem levar a uma intervenção judicial que o force a abandonar o cargo.
Problemas de Saúde: Trump terá 78 anos em 2025, e a sua saúde poderá ser um fator de instabilidade. Uma incapacidade física ou sobretudo mental grave pode forçá-lo a renunciar ou a ser afastado por meio da 25ª Emenda da Constituição.
4. Trump É Derrubado por Revolta Popular ou Crise Sistémica
Protestos Massivos e Repressão: Se as políticas de Trump desencadearem protestos em larga escala, especialmente em áreas urbanas, e ele responder com repressão violenta, o país pode entrar numa crise de governabilidade.
Conflito Interno: A polarização extrema e a radicalização de ambos os lados podem levar a confrontos internos graves, incluindo violência generalizada. Nesse cenário, Trump poderia ser afastado pela incapacidade de gerir a crise.
5. Trump Fica Isolado e Torna-se uma Figura Fraca
Perda de Apoio Político: Se Trump alienar uma parte significativa do Partido Republicano ou enfrentar resistência de estados governados por democratas, pode tornar-se incapaz de implementar políticas importantes, enfraquecendo a sua presidência.
Declínio da Popularidade: Se a economia enfraquecer ou o seu governo enfrentar crises de gestão, até mesmo os seus apoiantes mais fervorosos podem começar a abandoná-lo, deixando-o politicamente isolado.
Qual a Hipótese Mais Provável?
Trump é um político resiliente, com uma capacidade única de mobilizar uma base leal e contornar obstáculos institucionais. No entanto, o segundo mandato será marcado por desafios ainda maiores do que o primeiro, incluindo investigações judiciais pendentes, maior oposição interna e uma base política e social polarizada.
A resistência de Trump dependerá de dois fatores principais:
Apoio do Partido Republicano: Enquanto mantiver o apoio de uma maioria republicana no Congresso, as tentativas de afastamento serão extremamente difíceis.
Gestão de Crises: A capacidade de Trump em navegar crises judiciais e legais, económicas ou sociais será determinante para o seu destino.
Embora seja improvável que Trump seja afastado do poder por meios tradicionais, como impeachment, ele enfrentará um mandato potencialmente mais tumultuoso do que o primeiro. A sua capacidade de sobreviver politicamente dependerá da eficácia com que consolidar o apoio institucional e responder a crises inevitáveis. O cenário de resistência prolongada parece mais provável, mas com riscos constantes de crises que podem forçá-lo a sair antes do final do mandato.
A nossa Bola de Cristal - (Made in China
great again)
Cenário 1 - Um Trump Surpreendente
Vamos começar por um cenário de otimismo. Nunca apoiamos Trump, e quem nos lê sabe disso. Não, não somos vira-casacas, lá porque Trump ganhou. A análise correta da situação obriga-nos a considerar também esta situação. '"Noblesse oblige"'. Embora muitos analistas vejam um segundo mandato de Donald Trump como uma extensão dos seus traços polarizadores e das políticas controversas, havidos em Trump 1.0, é possível imaginar um cenário em que ele surpreenderia positivamente ao adotar estratégias e decisões que tragam benefícios reais para os Estados Unidos e para a comunidade internacional. Se ele fosse uma pessoa sensata, aos 80 anos, sem hipótese de se recandidatar, começaria neste segundo mandato a trabalhar para a sua memória. Mas não é, ou pelo menos não tem sido, o que Trump tem feito. Seguidamente, descrevemos um cenário hipotético, otimista:
1. Foco na Economia e Redução da Polarização
Estímulo Económico Sólido: Neste cenário Trump concentrar-se-ia em consolidar a recuperação económica, com políticas fiscais equilibradas que promovem tanto o crescimento e sobretudo na redução do défice.
Apoio ao Trabalho e Indústria: Daria prioridade à revitalização das infraestruturas americanas, investindo em projetos de transporte, energia e tecnologia, criando empregos e reduzindo a dependência das importações.
Abordagem Bipartidária: Surpreendendo críticos, Trump modera o tom e colabora com democratas para aprovar medidas económicas, demonstrando maior pragmatismo.
2. Reformas da Política Externa
Intermediação de Acordos de Paz: Trump utilizaria o seu estilo direto para negociar acordos que diminuem as tensões globais, como entre Israel e nações árabes ou entre Coreia do Norte e Coreia do Sul. e sobretudo na sanguenta e infame guerra da Ucrânia, onde à moda Trump 1.0, fez a promessa irrealista de terminar a Guerra em 24 Horas, com um telefonema para Putin e outo para Zelensky. Trump 1.0 no "seu melhor". Num novo mandato positivo Trump negociaria com seriedade o fim da guerra com equilíbrio para ambas as partes.
Nova Abordagem com a China: Em vez de escalada de tensões, Trump negociaria um pacto comercial que beneficia ambas as partes, enquanto protegeria as indústrias estratégicas dos EUA. Percebe que as medidas que anunciou para enganar os eleitores e ganhar as eleições, podem ser as piores para os EUA.
Redefinição do Papel dos EUA: Embora mantendo o lema "America First", praticaria uma abordagem mais colaborativa, reforçando alianças e a reafirmação da posição dos EUA como líder global.
3. Políticas Climáticas Inovadoras
Energia Limpa e Independência Energética: Trump, em vez de favorecer exclusivamente combustíveis fósseis, investiria numa transição gradual para energias renováveis, criando incentivos fiscais para tecnologias de baixo carbono.
Ação Contra Desastres Naturais: Reconhecendo o impacto das alterações climáticas nos EUA, que são catastróficas e de grande magnitude, implementaria políticas de adaptação e proteção contra os desastres naturais, especialmente nos estados mais vulneráveis.
4. Modernização da Segurança Nacional
Controlo Inteligente da Imigração: Em vez de políticas severas, Trump surpreende ao propor uma reforma abrangente do sistema de imigração, equilibrando segurança com caminhos claros para a legalização de migrantes.
Cibersegurança e Tecnologia: Investe em proteger infraestruturas digitais, preparando o país para combater ameaças tecnológicas emergentes, como ciberataques, guerra híbrida e espionagem digital.
5. Avanços na Saúde e Educação
Reforma da Saúde: Trump trabalharia com o Congresso para criar um sistema de saúde mais acessível e eficiente, ampliando o acesso sem prejudicar a qualidade ou aumentar custos.
Apoio à Educação Técnica: Promove investimentos em formação profissional e ensino técnico, prepararia a força de trabalho americana para os empregos do futuro.
6. Abordagem Inclusiva e Direitos Civis
Tolerância e Respeito: Trump moderaria o discurso em relação a minorias e evitaria alimentar divisões raciais e sociais, optando por uma mensagem de unidade.
Foco na Justiça Criminal: Dá continuidade a reformas no sistema de justiça criminal, promovendo a reintegração de ex-detidos e reduzindo discriminações no sistema.
7. Comunicação mais Responsável
Redefinição do Estilo Pessoal: Passaria a adotar uma comunicação mais focada e menos incendiária, utilizando plataformas como o X de forma profissional para promover iniciativas em vez de atacar opositores.
Respeito Institucional: Trump passaria a reconhecer o papel crítico das instituições democráticas, respeitando os processos legais e os mecanismos de supervisão.
8. Liderança Durante Crises
Gestão Eficaz de Desastres: Em situações como pandemias ou catástrofes naturais, Trump lideraria com eficiência, ouvindo especialistas e implementando medidas que salvam vidas.
Resolução de Crises Internas: Ele age como mediador em conflitos internos, promovendo diálogo entre fações polarizadas e reduzindo tensões.
9. Legado da Unidade Nacional
Foco no Futuro: Trump buscaria deixar um legado que transcenda divisões partidárias, investindo em iniciativas que beneficiem gerações futuras, como tecnologia, ciência e infraestrutura.
Mudança de Imagem: Ao adotar um tom mais conciliador, ele muda a perceção pública e conquista um lugar mais positivo na história americana.
10. Sucesso Eleitoral para o Partido Republicano
Fortalecimento do Partido: Trump usaria o seu segundo mandato para unificar o Partido Republicano, preparando uma nova geração de líderes que promovem políticas conservadoras, mas menos polarizadoras. O seu sucessor já vai tomar posse, o vice-presidente J. D. Vance, sendo que pode dar-se o caso de que se Trump 2.0 for uma segunda desilusão, as forças que o vão derrubar podem ter necessidade de apressar a sua substituição por Vance.
Reconquista de Eleitores Independentes: Ao governar com mais pragmatismo, atrairá eleitores moderados e redefinindo o trumpismo como uma força política mais inclusiva.
Conclusão do cenário 1: Trump Surpreendente Neste cenário otimista, Trump surpreenderia ao adotar uma abordagem mais pragmática e conciliadora, mantendo os aspetos positivos da sua liderança (determinação e dinamismo), mas abandonando o estilo polarizador e incendiário que marcou o seu primeiro mandato. Esta mudança permitiria avanços reais nos EUA e a construção de um legado mais unificador e progressivo, beneficiando tanto os americanos como a ordem global.
Na eventualidade de este cenário se verificar, a presidência de Trump poderá ser redefinida, passando de um símbolo de divisão para um catalisador de progresso e de mudanças positivas.
Cenário 2 - Trump 2.0 igual ou pior que Trump 1.0
Se "Trump 2.0" for uma versão extrema do primeiro mandato, marcada pela consolidação do poder e pela implementação de políticas controversas que agradam à sua base, mas que aprofundam divisões internas e afastam os aliados externos, a sua presidência poderá trazer desafios significativos para a democracia norte-americana e para a estabilidade global. É uma possibilidade de um homem que foi capaz de reunir três vezes com ao líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, sem obter qualquer resultado, e dizendo barbaridades como: "ele escreve-me lindas cartas de amor". É possível esperar tudo. Estas reuniões foram fortemente benéficas para Kim Jong-un, que passou de líder desconhecido de um estado falhado pária, onde a prisão arbitrária e o assassinato são normais, para um personagem com uma imagem importante, que até se reuniu com Donald Trump.
Se Trump implementar uma versão extrema do seu estilo de governação no segundo mandato, as consequências podem ser significativas, tanto para os Estados Unidos quanto para o resto do mundo. Abaixo leia algumas das potenciais repercussões:
1. Erosão Democrática nos EUA
Instituições enfraquecidas: A consolidação de poder no Executivo e os ataques contínuos a agências como o FBI, tribunais e meios de comunicação podem minar ainda mais a confiança pública nas instituições democráticas.
Supressão de direitos de voto: Mudanças nas leis eleitorais poderão reduzir a participação de grupos minoritários e dificultar a alternância de poder.
Polarização extrema: O aumento do discurso populista e divisionista pode intensificar conflitos entre grupos políticos e sociais, aumentando o risco de violência política.
2. Repercussões Económicas
Desigualdade crescente: Novos cortes fiscais e políticas pró-corporativas beneficiarão as elites económicas, agravando ainda mais a disparidade entre ricos e pobres.
Desestabilização do comércio global: Tensões comerciais com parceiros como a China ou a União Europeia podem abalar mercados globais e prejudicar setores como a agricultura e a indústria nos EUA.
3. Impacto Internacional e Isolacionismo
Enfraquecimento da liderança global dos EUA: Um afastamento de alianças tradicionais, como a NATO e organizações multilaterais, pode deixar um vazio que será preenchido por potências como a China e a Rússia. Trump comportou-se como um vendedor de segunda classe de uma empresa em dificuldades, no primeiro mandato. Não esquecer este aspeto.
Escalada de tensões: Políticas agressivas, especialmente em relação à China e ao Médio Oriente, podem aumentar o risco de conflitos regionais ou mesmo globais.
Reforço de autoritarismos: O apoio a líderes autoritários, como Putin, pode encorajar regimes antidemocráticos em todo o mundo, enfraquecendo a defesa global dos direitos humanos.
4. Crises Climáticas Aceleradas
A revogação de políticas ambientais pode agravar os efeitos das alterações climáticas, como eventos climáticos extremos, secas e desastres naturais, não só nos EUA, mas globalmente. Os EUA estão a arder, a ter ciclones e furacões constantemente, inundações e muitos outros fenómenos de origem climática. Se Trump continuara não querer ver a realidade, e a ousar contrariar os cientistas, é de espera o pior.
5. Protestos e Conflitos Internos
Movimentos de resistência: Políticas regressivas em direitos civis e sociais (como restrições ao aborto ou retrocessos nos direitos LGBTQ+) podem mobilizar grandes protestos e greves.
Repressão violenta: Uma resposta autoritária a essas manifestações pode intensificar a desconfiança no governo e a polarização.
6. Radicalização Política
Ascensão de extremismos: A retórica de Trump pode reforçar grupos de extrema-direita, enquanto a oposição radicaliza setores progressistas, criando um ambiente politicamente tóxico e propício ao conflito.
Colapso bipartidário: O Partido Republicano pode tornar-se ainda mais dependente do trumpismo, enquanto os Democratas se afastam de negociações, bloqueando qualquer consenso político.
7. Repercussões na Justiça
Nomeações judiciais conservadoras: Um segundo mandato de Trump poderia solidificar o controlo de tribunais federais por décadas, incluindo o Supremo Tribunal, com decisões que podem desmantelar direitos reprodutivos, sindicais e ambientais. Foi o que fez com sucesso no primeiro mandato. Biden disse que iria corrigir o que Trump tinha realizado, mas isso não ocorreu.
8. Crise na Política Externa
Parcerias fragilizadas: A confiança de aliados europeus nos EUA pode desmoronar-se, deixando a União Europeia a lidar sozinha com crises globais, como a guerra na Ucrânia ou as tensões com a China.
Aumento da instabilidade global: Políticas imprevisíveis podem criar instabilidade económica e política em várias regiões, especialmente no Médio Oriente e na Ásia. A obsessão americana por Taiwan, pode ser o início duma guerra de consequências imprevisíveis.
9. Impacto no Clima Político Global
Normalização de autoritarismos: A abordagem de Trump pode ser vista como um modelo por outros líderes autoritários, enfraquecendo democracias em todo o mundo.
Ceticismo sobre a ordem liberal: A desconfiança nos princípios democráticos e no multilateralismo pode crescer, abrindo caminho para novas potências com agendas autoritárias.
10. Risco de Colapso Interno nos EUA
Separatismos e fragmentação: A polarização extrema e o enfraquecimento das instituições podem alimentar movimentos separatistas ou uma crise constitucional sem precedentes.
Deslegitimação do sistema: Um segundo mandato polarizador poderia deixar o sistema político norte-americano ainda mais fragilizado, com riscos para a sua estabilidade a longo prazo.
Conclusão: Trump 2.0 igual ou pior que Trump 1.0
Se Trump 2.0 seguir o caminho de Trump 1.0, os EUA poderão enfrentar uma erosão dos seus valores democráticos, uma polarização sem precedentes e crises globais agravadas pela falta de liderança. Estas consequências não só ameaçam o sistema interno do país, mas também o equilíbrio e a segurança mundiais.
Trump feliz e contente por agora!
A Bola de Cristal
Até este ponto não foi necessário consultarmos a bola de cristal. Foi necessário apenas prestar atenção à idiossincrasia de Donald Trump e às ações que tomou durante o seu primeiro mandato como presidente dos Estados Unidos. Daqui para a frente só a bola de cristal nos pode salvar. Isso porque as decisões de Trump tornaram-se cada vez mais imprevisíveis e, frequentemente, precipitadas, e impulsionadas pela sua tendência para agir de forma impulsiva e sem uma análise aprofundada das consequências. Acresce , a falta de uma cultura política sólida, e do desconhecimento total de história. Há ainda a soberba que o leva a não consultar colaboradores e especialistas, que o levou tomar decisões pouco informadas, que nem sempre se baseavam em informação completa ou num entendimento profundo das implicações políticas e sociais das suas decisões. Esse comportamento errático torna difícil prever os seus próximos passos, deixando-nos a depender mais da intuição do que de qualquer estratégia e lógica.
Será que em relação a Trump vale a pena especular sobre o futuro?
Sim, definitivamente vale, para nos prepararmos para o que possa acontecer, agora que Trump será presidente dos EUA.
Há a perceção errada de que o termo "America First" foi invenção de Donald Trump. O termo tem raízes profundas na política americana, remontando à década de 1930 e ao movimento America First Committee, defendido por Charles Lindbergh. Trump usou essa ideia para apoiar o seu protecionismo e política externa isolacionista, mas não foi o criador do conceito, que teve um papel importante na história dos EUA, especialmente durante a época de isolamento da Segunda Guerra Mundial. Trump usa a cabeça sobretudo para exibir um estranho penteado com que disfarça a normal queda de cabelo na sua idade. Nada constrói de novo.
Outra perceção errada é que os EUA entraram na segunda guerra mundial para ajudar a Europa. É certo que 183.000 soldados americanos morreram na Europa sobretudo no Dia D (a invasão da Normandia em 1944). Não foi pequena coisa e a Europa e os europeus só têm que estar agradecidos por esse sacrifício americano. Coisa diferente é a perceção errada da razão da entrada na segunda Guerra.
O Ataque a Pearl Harbor (7 de dezembro de 1941), foi o evento decisivo que levou os Estados Unidos a entrarem na Segunda Guerra Mundial. Efetivamente foi o ataque surpresa realizado pela Marinha Imperial Japonesa à base naval de Pearl Harbor, no Havai com destruição de grande parte da frota do Pacífico dos EUA e com a morte de mais de 2.400 pessoas que despoletou a decisão dos EUA. O ataque foi visto como uma agressão direta e, portanto, provocou uma resposta militar imediata dos Estados Unidos. No dia seguinte, o presidente Franklin D. Roosevelt pediu ao Congresso que declarasse guerra ao Japão, o que ocorreu rapidamente.
Portanto foi um evento de ataque direto do Japão aos EUA que lançou o país aa Segunda Guerra Mundial. Até o início dos anos 1940, a maioria dos americanos ainda preferia manter uma política isolacionista, especialmente após a Primeira Guerra Mundial, que havia causado enormes perdas humanas e financeiras. Muitos acreditavam que os EUA não deveriam envolver-se nos conflitos europeus e asiáticos. No entanto, à medida que o perigo global se intensificava e a defesa dos aliados se tornava cada vez mais importante, a opinião pública foi mudando, especialmente com o impacto direto de eventos como o ataque a Pearl Harbor.
A necessidade da Europa pensar com realismo o apoio americano à sua defesa é hoje consensual e está muito atrasada a preparação para eventual guerra, que evidentemente não se deseja. Com Trump e com o ressurgimento da lógica America First, exige-se a maior atenção ao que Trump quer fazer.
A defesa da Europa que tanto confiou na Nato está agora posta em causa. Trump transformou esta organização numa empresa de venda de armas americanas. O que irá acontecer é uma incógnita sujeita aos interesses americanas. A américa nunca teve grande interessa na defesa da Europa e foram as circunstâncias mais do que a convicção que levou os EUA a aliar-se à Europa, desde de sempre.
Cenário 3: Trump 2.0, entre a Continuidade e a Moderação - (talvez o mais provável)
Neste cenário intermédio, Trump 2.0 manteria muitos dos aspetos polarizadores e controversos do seu primeiro mandato, mas tentaria moderar alguns de seus comportamentos e adotar uma postura mais pragmática em questões como economia e política externa. No entanto, sua abordagem ainda seria em grande parte divisiva, sem uma verdadeira tentativa de curar as feridas da sociedade americana. A sua presidência seria marcada por uma combinação de avanços superficiais em algumas áreas, como a energia limpa e imigração, mas com uma contínua erosão de normas democráticas e uma postura agressiva contra qualquer oposição. A transformação de Trump num líder mais conciliador e pragmático seria limitada, e o país continuaria a enfrentar grandes desafios de polarização, tensões internas e crises externas.
1. Economia e Política Fiscal
Trump manteria ênfase em políticas económicas que favorecem a classe média e as grandes empresas, mas, vez de se focar em cortes fiscais drásticos, poderia adotar uma abordagem mais equilibrada, com um foco maior em infraestruturas e no apoio ao emprego. A revitalização de infraestruturas, com investimentos em transporte e energia, seria uma prioridade, mas sem o mesmo nível de agressividade de uma política "American First" radical. No entanto, os benefícios fiscais para as grandes corporações e os cortes a programas sociais ainda seriam parte central da sua agenda.
2. Polarização e Divisão Social
A polarização continua a ser um problema, mas Trump moderaria o seu discurso público, evitando alguns dos ataques mais virulentos que marcaram o seu primeiro mandato. No entanto, manteria uma retórica agressiva contra "os inimigos do povo", como a imprensa e os opositores políticos, continuando a explorar a divisão como uma ferramenta para galvanizar a sua base. A discriminação racial e as questões dos direitos civis poderiam ser abordadas de forma superficial, sem um compromisso real com mudanças significativas, mas com algum esforço para evitar a escalada do conflito racial e social.
3. Política Climática e Energética
A questão climática seria uma área de grande controvérsia. Embora Trump ainda mantivesse uma forte preferência por políticas que favorecem combustíveis fósseis e o fortalecimento da indústria petrolífera, poderia ser mais recetivo a propostas moderadas para a transição energética, se isso for vantajoso para o mercado e para a criação de empregos. Ele ainda resistiria a medidas rigorosas contra as mudanças climáticas, mas provavelmente implementaria algumas políticas superficiais para mostrar um compromisso com a energia limpa, sem comprometer os interesses das grandes indústrias energéticas.
4. Justiça Social e Imigração
Em relação à imigração, Trump ainda manteria a sua retórica dura contra a imigração ilegal, mas poderia adotar algumas reformas mais moderadas, permitindo a legalização de certos grupos de imigrantes sem papéis, especialmente aqueles que já estão no país há anos. No entanto, o discurso xenófobo e a criminalização dos imigrantes ilegais continuariam presentes, embora talvez num tom mais ameno. Quanto aos direitos civis, ele poderia avançar com algumas reformas superficiais no sistema de justiça criminal, mas qualquer avanço real seria limitado pela sua base eleitoral conservadora.
5. Comunicação e Liderança
Embora o estilo de comunicação de Trump continue a ser polarizador, ele poderia suavizar um pouco a sua abordagem, afastando-se das constantes provocações nas redes sociais e buscando formas de comunicação mais institucionais. Contudo, não abandonaria o uso de plataformas como o X para atacar opositores e amplificar sua agenda. A sua relação com os meios de comunicação social continuaria tensa, e Trump manteria a sua imagem de outsider combativo.
6. Gestão de Crises e Desastres Naturais
Em termos de gestão de crises, Trump não seria completamente desastroso, mas também não se destacaria como um líder eficaz. Durante eventos de grande escala, como pandemias ou desastres naturais, ele tentaria agir de forma rápida, mas a sua abordagem seria muitas vezes marcada pela falta de coordenação e pelo foco em soluções rápidas e baratas, sem um verdadeiro compromisso com a preparação de longo prazo. A resposta a situações de tipo COVID-19, por exemplo, poderia ser mais organizada que no primeiro mandato, mas com ênfase em soluções privadas e sem grande intervenção federal no apoio aos cidadãos.
7. Justiça e Sistema Político:
Trump continuaria a nomear juízes conservadores para os tribunais federais, mas talvez de forma menos agressiva do que no primeiro mandato. No entanto, os avanços nas questões de direitos civis ou direitos das mulheres seriam limitados, e ele manteria a sua agenda conservadora nas questões sociais. A sua abordagem ao sistema eleitoral também permaneceria focada na defesa do sistema do voto, mas com algumas tentativas de fazer com que as leis eleitorais favorecessem ainda mais os seus aliados políticos
8. Política em Relação ao Aborto:
No cenário intermédio, Trump manteria a sua posição conservadora em relação ao aborto, mas sem as atitudes extremas de seu primeiro mandato. O foco de Trump 2.0 seria em limitar o acesso ao aborto, especialmente a nível federal, mas poderia ser mais cuidadoso na forma como implementaria tais restrições, para não alienar completamente os eleitores moderados e as mulheres suburbanas que votaram nele nas eleições anteriores.
Trump provavelmente continuaria a apoiar as leis que restringem o aborto em vários estados, especialmente no Sul e no centro dos EUA, e talvez incentivasse mais estados a passar leis que impõem restrições, como a proibição do aborto após um certo número de semanas ou a exigência de aconselhamento obrigatório antes do procedimento. No entanto, não buscaria necessariamente uma proibição total ou federal da prática, como muitos dos seus apoiantes mais radicais desejam.
Embora o Supremo Tribunal nomeado por Trump pudesse fazer avançar decisões contrárias ao aborto, como na revogação de partes da Roe v. Wade, ele provavelmente evitaria um confronto direto com as grandes organizações feministas ou os movimentos progressistas. Em vez disso, manteria um enfoque nas "leis estaduais", permitindo que os estados decidam, enquanto tentaria preservar a sua imagem de moderado em alguns aspetos da questão, como garantir exceções em casos de violência sexual ou risco para a saúde da mulher.
Finalmente e para terminar abordaremos o que mais interessa a Portugal e à EU, pois o nosso país mantem uma base militar americana nas Lages, ilha Terceira é membro da NATO e da EU.
Política Externa de Trump: Foco em “America First” com Desafios nas Relações Globais
No segundo mandato de Donald Trump, a sua política externa continuaria a ser orientada pelo princípio de “America First”, que, na prática, significaria forte ênfase na soberania nacional dos Estados Unidos, com a prioridade sendo dada a acordos que beneficiassem economicamente o país, mesmo que isso implicasse algum afastamento das alianças tradicionais. No entanto, o estilo de Trump evoluiria para um certo calculismo, particularmente nas relações com as grandes potências globais e blocos como a União Europeia (UE) e a NATO. Vamos aprofundar como essa política externa afetaria as relações dos EUA com o mundo, e em particular, com Portugal e a UE.
1. Relações com a União Europeia e Portugal: Entre o Afastamento e a Colaboração Estratégica
Embora Trump 2.0 evite a retórica agressiva do primeiro mandato, a sua relação com a União Europeia continuaria marcada por tensões, especialmente em questões comerciais e de segurança. “America First” de Trump ainda significaria que procuraria acordos que beneficiassem os EUA, ao mesmo tempo que minimizaria compromissos multilaterais que considerasse desfavoráveis ao país.
A União Europeia: Relações Comerciais e Desafios à Coesão
Trump sempre se mostrou crítico da União Europeia, tanto pela sua estrutura, quanto pelas políticas económicas que ele considerava prejudiciais para os interesses americanos. Num segundo mandato, ele provavelmente adotaria uma postura mais pragmática, tentando renegociar acordos comerciais com a UE em termos que favorecessem os EUA, buscando eliminar ou reduzir barreiras tarifárias para produtos americanos, como no caso da indústria automóvel e do aço. Ao mesmo tempo, poderia concentrar-se em negociar condições que assegurem melhores termos para os produtos e serviços americanos dentro do mercado único europeu.
Por outro lado, Trump procurará pressionar os países da UE para aumentarem os seus investimentos em defesa, com base na premissa de que os Estados Unidos não devem ser os principais responsáveis pela segurança global sem uma contribuição mais substancial das nações europeias. Nesse contexto, os compromissos com a NATO poderiam ser abordados de maneira mais transacional, pedindo mais comprometimento financeiro por parte dos membros da aliança para manter a segurança global. Já se fala em 3% do PIB.
A relação com a União Europeia continuaria a ser uma fonte de atritos. Em questões como a regulamentação ambiental e direitos do trabalho, Trump 2.0 tenderia a ignorar as normativas da UE que seriam vistas como restrições ao mercado americano. Esta abordagem poderia tornar ainda mais difícil qualquer tipo de colaboração em iniciativas ambientais e climáticas, algo que a UE considera uma prioridade estratégica.
Portugal e a Base Militar nas Lajes: Alinhamento e Tensão
Para Portugal, o segundo mandato de Trump significaria um delicado equilíbrio entre a necessidade de manter boas relações com os Estados Unidos, devido à presença da base militar nas Lajes, na ilha Terceira, e em ser membro da NATO e da União Europeia. A base das Lajes tem um papel estratégico importante, para a segurança da NATO, em particular no que diz respeito à monitorização do Atlântico e a projeção de forças dos EUA na Europa e no Médio Oriente, bem como na manutenção de uma presença militar americana no sul da Europa.
No entanto, Trump, com sua política “America First”, poderia ver essas relações estratégicas sob uma ótica focada em custos. Ele poderia pressionar Portugal a aumentar as suas contribuições financeiras para as missões da NATO e, caso os EUA não vissem um benefício claro em manter esta base, poderia haver uma reavaliação da sua utilidade para o interesse norte-americanos. Mesmo que a aliança transatlântica permaneça de grande importância para os EUA, Trump provavelmente continuaria a dar prioridade a acordos bilaterais que asseguram vantagem direta aos EUA, mesmo que isso significasse o desafio para Portugal na coesão interna da NATO.
Portugal, por sua vez, procuraria o equilíbrio em manter boas relações com os EUA e o alinhamento com as políticas da União Europeia. A presença militar nas Lajes, além do valor estratégico, seria uma âncora no relacionamento de Portugal com os EUA garantindo que, apesar das tensões bilaterais, os interesses de defesa da NATO não fossem prejudicados.
2. Relações com a China: Uma Abordagem Mais Calculada
A relação com a China a grande prioridade da politica externa dos EUA seria um dos maiores campos de atuação de Trump 2.0. Ao contrário da abordagem agressiva e retórica inflamada de seu primeiro mandato, onde as tarifas e a guerra comercial eram as principais armas, Trump procuraria agora uma política mais pragmática. Isso se refletiria em acordos comerciais mais equilibrados que tentassem reduzir o desequilíbrio comercial entre os dois países, mas sem recorrer a medidas que colocassem em risco a estabilidade dos mercados globais.
No entanto, Trump também procurará garantir que qualquer acordo beneficiasse os interesses estratégicos dos EUA, como a proteção de tecnologias sensíveis, a preservação de cadeias de abastecimento e a redução da dependência americana de produtos críticos fabricados na China. Ele poderia tentar negociar com a China questões de segurança cibernética, trocas comerciais justas e políticas de proteção de propriedade intelectual, sem ceder em aspetos-chave da segurança nacional.
Ainda assim, Trump manteria uma abordagem assertiva, especialmente em relação a Taiwan e à Liberdade no Mar do Sul da China. O risco de confrontos ou sanções ainda seria uma constante, embora a abordagem fosse mais calculada, em substituição de um confronto direto.
3. Rússia e o Papel Global: Uma Relação Ambígua
Quanto à Rússia, Trump provavelmente continuaria a manter uma relação de cauteloso pragmatismo. Embora tenha sido frequentemente acusado de ser excessivamente amigável com Vladimir Putin, a política de Trump 2.0 teria de equilibrar os interesses americanos e as necessidades de segurança global. Isso incluiria a contenção das ambições expansionistas russas na Ucrânia e no Leste Europeu, ao mesmo tempo que manteria canais de diálogo com o Kremlin, com o objetivo de evitar uma escalada nas tensões internacionais.
Trump poderia pressionar a Rússia a reduzir a sua presença militar em zonas de conflito, e manteria a postura de exigência para que países como a Alemanha e outros membros da EU, aumentassem os seus gastos em defesa, por forma a aliviar a pressão sobre os EUA no fortalecimento da posição da NATO.
4. O Médio Oriente: Continuidade e Pragmatismo
No Médio Oriente, Trump 2.0 manteria sua política. Continuaria a apoiar Israel como um aliado estratégico, mantendo a sua decisão em localizar a embaixada dos EUA para Jerusalém. No entanto, ao invés de se envolver diretamente em conflitos regionais, procuraria negociações mais pragmáticas, utilizando a força económica e a pressão diplomática para minimizar a violência, sem necessariamente assumir um papel de liderança nas questões locais.
Com o Irão, as negociações em torno do Acordo Nuclear poderiam ser retomadas, mas Trump adotaria uma abordagem mais flexível, talvez procurando uma solução que garantisse a segurança dos EUA minimizado o impacto económico de um novo confronto.
Na Síria o papel dos EUA no segundo mandato de Trump, poderá aproveitar o vácuo de poder criado pela crescente debilidade da Rússia e do Irão neste país, conduzindo os EUA a um papel ainda mais dominante na configuração da ordem regional, enquanto mantém o foco em acordos bilaterais que favorecem os interesses americanos, sem o risco de uma escalada de tensões diretas com essas potências.
Na política externa dos EUA vamos assistir a um Mundo mais Isolacionista e bilateral, mas ainda dependente de alianças estratégicas.
Em resumo, a política externa de Trump 2.0 seria caracterizada por uma mistura de isolacionismo pragmático, negociações bilaterais vantajosas e desafios às alianças tradicionais. Embora Trump evitasse confrontos abertos e retóricas inflamadas, ainda tentará remodelar a ordem internacional para servir melhor os interesses dos EUA, em detrimento de compromissos multilaterais que ele considera desfavoráveis. No entanto, apesar da busca por acordos que favorecessem os EUA, aliados estratégicos ainda manteriam relevância devido a questões de segurança e defesa, mas poderiam ser pressionados a contribuir mais significativamente para os custos da segurança global, particularmente na NATO e em outras áreas de interesse americano.
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